segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Modelo de Golpe da CIA, dos tempos da Guerra Fria, de volta aos negócios em todo o mundo


de WAYNE MADSEN - 19.02.2014 - WORLD/AMERICAS,

O maior aglomerado de entusiastas do status quo pode ser encontrado na sede da Agência Central de Inteligência – CIA - em Langley, Virginia. Como nações ao redor do mundo tentam se distanciar da influência militar, política e financeira de Washington, a CIA está retomando seu antigo manual para lidar com governos rebeldes.

Depois de ajudar a fomentar uma rebelião política na Ucrânia contra o governo democraticamente eleito do presidente Viktor Yanukovych,
o aparelho de propaganda de Washington, que está centrado na organização sem fins lucrativos, Apoio Nacional Para a Democracia (NED) , na Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), e George Soros de Instituto da Sociedade aberta (OSI) ¹, centrou-se na Venezuela.

O governo da Venezuela identificou três funcionários da embaixada dos EUA na reunião de Caracas com manifestantes da oposição, ajudando a planejar motins anti-governamentais em todo o país. Os três “funcionários consulares” norteamerianos - Breann Marie McCusker, Jeffrey Gordon Elsen e Kristopher Lee Clark - foram expulso pelo governo venezuelano. Em outubro passado, a Venezuela expulsou mais três diplomatas norte-americanos encarregados de negócios, Kelly Keiderling, David Moo, e Elizabeth Hoffman - por envolvimento em estimular agitação interna. Os seis chamados diplomatas estavam envolvidos em atividades frequentemente associados com agentes da CIA.

Assim como foi o caso com o embaixador dos E
stados Unidos, para Kiev, Capital da Ucrânia, Geoffrey Pyatt e a visita da desbocada secretária-assistente de Estado dos Assuntos Europeus Victoria Nuland a reunião com líderes da oposição da Ucrânia para ajudar a planejar os protestos anti-governamentais, os diplomatas americanos em Caracas foram acusados de reunião com a oposição, forças leais ao Leopoldo Lopez, o agente formado em Harvard para os interesses corporativos dos Estados Unidos. O governo venezuelano acusou Lopez, como o outro líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles Radonski, de receber apoio financeiro secreto da CIA através de organizações como a NED e a USAID para planejar protestos e lançar atos de sabotagem econômica contra a Venezuela.

Ligações foram estabelecidas entre o partido político Voluntad Popular de Lopez e organizações de fachada ligadas com o direitista e pró-israelense narco-terrorista, o ex-presidente da Colômbia, Alvaro Uribe. Dinheiro, com
as óbvias impressões digitais da CIA e de narcoterroristas, foi canalizado para o partido de López por frentes de Uribe tendo por trás Soros, como o Centro para para Fundação do Pensamento Colõmbia Primeiro e a Fundação para o Iinternacionalismo Democrático. Nos meses que antecederam a mais recente surto de violência na Venezuela, a embaixada dos Estados Unidos em Caracas, como foi o caso com os seus homólogos em Kiev e Moscou, serviu como um salão de planejamento de protesto virtual para a oposição da Venezuela, financiado pelos Estados Unidos. A única coisa que os líderes da oposição ucraniana Arseniy Yatsenyuk, Vitali Klitschko, e Oleh Tyahnybok; figuras da oposição russa Alexei Navalny e Garry Kasparov; e líderes da oposição venezuelana Lopez, Capriles, e Maria Corina Machado têm em comum é um passe livre para entrar nas respectivas embaixadas norte-americanas em suas capitais a qualquer momento que agradar e sair com tanto dinheiro quanto eles podem transportar.

O que une campanhas de desestabilização da CIA na Ucrânia e Venezuela é o uso de fascistas locais para reforçar as forças anti-governamentais. Na Venezuela, os defensores reacionários de regimes oligárquicos fascistas últimos são aliados dispostos dos Estados Unidos, enquanto na Ucrânia, esses fascistas como Tyahnybok representam uma continu
conexão Estados Unidos-Israel com a oposição da Ucrânia. Um relatório da CIA desclassificados, datada de 4 de abril, 1973, afirma que, mesmo durante o tempo da república socialista soviética ucraniana, líderes do Partido Comunista foram chamados para “vigilância contra o nacionalismo e o sionismo ucranianos”, vistos como dupla ameaça para a Ucrânia no momento. Hoje, não mudou muito com a orientação e natureza da oposição da Ucrânia.

Enquanto sustenta
m os líderes da oposição da Venezuela com o dólar americano, os Estados Unidos e seus banqueiros têm atacado sem piedade a moeda venezuelana e a economia, utilizando a mídia corporativa para espalhar histórias falsas sobre a escassez de produtos básicos na Venezuela, incluindo papel higiênico, sal e açúcar. Este é um truque da CIA antigo que foi muito utilizado contra o governo de Cuba e outras nações que se opõem ao imperialismo norte-amerciano.

A mesma tática de medo da escassez galopante de mercadorias está
sendo utilizado pela CIA para minar o governo do primeiro-ministro tailandês Yingluck Shinawatra, apoiado pelos Camisas vermelhas, com rumores alimentados pelos Estados Unidos de escassez de arroz no país devido a um esquema para vender arroz tailandês para a China. A campanha liderada pela CIA contra Yingluck resultou em acusações sendo apresentadas contra o Primeiro Ministro por um dispositivo típico da "sociedade civil" de Soros - a Comissão Nacional Contra-Corrupção - a criação de monarquistas da Camisa Amarela e falsos reformadores constitucionais como o octogenário Amorn Chantarasomboon.

Assim como com o golpe abortado
da CIA contra o presidente Hugo Chávez em abril de 2002, a CIA e seus dignitários locais lançaram ataques de propaganda contra a PDVSA, a companhia petrolífera venezuelana estatal, que detém CITGO - Citgo America, uma subsidiaria da empresa estatal venezuelana PDVSA - nos Estados Unidos. Os órgãos de propaganda da CIA estão espalhando um meme que a PDVSA é tão corrupta e moribunda que a Venezuela está sendo forçada a importar gasolina dos Estados Unidos. A história é completamente falsa, mas as operações das empresas de mídia, incluindo aquelas operados ou influenciados pela rede Soros dos propagandistas globais, veiculam de bom grado informações sobre a falsidade como um fato.

A mídia corporativa, especialmente The Miami Herald, que atende aos caprichos e fantasias de oligarcas exilados da Venezuela no sul da Flórida, tanto quanto ele faz para
os cubanos de direita e sionistas nacionalistas em sua área de leitores em condomínios fechados, também afirmou falsamente que a Venezuela está experimentando uma onda de crimes em massa porque o governo do presidente Nicolas Maduro é incapaz de fornecer segurança para a população. Isto, também, é um truque da CIA antigo que foi utilizada para enfraquecer a estabilidade política dos governos ao redor do mundo, incluindo o Iraque, Paquistão e Afeganistão, ajudando o crescimento dos terroristas domésticos e sindicatos do crime na realização de ataques contra a população civil.

A CIA usou
a mesma tética de fomentar a sabotagem econômica contra o governo do presidente socialista chileno Salvador Allende. Na Venezuela, a CIA ataca a indústria do petróleo. No Chile, a CIA usou a indústria do cobre para realizar ataques de sabotagem contra a economia chilena antes de lançar o sangrento golpe de 11 de setembro de 1973 que assassinou Allende e subsequentemente abateu, através dos esquadrões da morte treinados nos EUA, seus partidários políticos.

Outros países latino-americanos estão tomando nota de agressão secreta dos Estados Unidos contra a Venezuela. Os Estados Unidos suspenderam formalmente ajuda econômica à Bolívia depois
que seu governo expulsou a USAID para fomentar a rebelião nesse país. O presidente do Equador, Rafael Correa anunciou formalmente que sua nação foi retirada do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, um artifício do Pentágono que tem permitido aos Estados Unidos basear suas forças militares em países da América Latina.

Mas a CIA vê a situação em que os Estados Unidos encontra-se na América Latina reversível. Uma derrubada do governo da Venezuela por uma camarilha de direita é a esperança de inverter as tendências para a esquerda na outros países. Em 29 de dezembro de 1975, o
Memorandun de Inteligência da CIA, intitulado «Relações Internacionais em Mudança na América Latina», via com esperança de que o sangrento golpe contra Allende em 1973 traria resultados benéficos para os Estados Unidos. A CIA viu o desaparecimento de Allende como um obstáculo ao “terceiro-mundismo” e à “demagogia” do presidente mexicano Luis Echeverria e às políticas petrolíferas dos líderes de torcida latino-americanos da Organização para os Países Exportadores de Petróleo (OPEP), Equador e Venezuela. A CIA estava errada, como sempre, em suas avaliações da América Latina. O México, o Equador e a Venezuela não apenas resistiram à pressão americana (os dois últimos foram punidos por serem excluídos das tarifas reduzidas nos termos da Lei de Reforma do Comércio dos EUA de 1974), mas o Chile desafiou os EUA votando na Assembléia Geral da ONU por uma resolução que igualava o sionismo ao crime de racismo.

Com
o fracaço da pressão sutil da CIA contra a América Latina em meados da década de 1970, a CIA recorreu a métodos de verdade e tentou silenciar seus oponentes latino-americanos. Os assassinatos aéreos do líder panamenho Omar Torrijos e do presidente equatoriano Jaime Roldos, ambos conhecidos por suas políticas antiamericanas, mostraram ao mundo que a América de bom grado recorreria ao assassinato quando não conseguisse o que quer.

Nos dias atuais, o presidente Obama tem mostrado que ele não é diferente de presidentes americanos anteriores, em que autoriza operações secretas mortais para eliminar a liderança das nações que se opõem
a hegemonia americana.

¹ Instituições sem fins lucrativos com objetivos voltados para o apoio ao que o stablishment norte-americano entende por democracia.



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